Raul Mascarenhas, presidente da SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE reconhece que a empresa – depois da publicação do DL 108/2011 que confere à SPMS as atribuições necessárias para gerir a interoperabilidade dos sistemas de informação do Serviço Nacional de Saúde – “já não tem desculpa” para não avançar com o projeto de uniformização das diferentes aplicações que existem nas entidades do SNS e de operar como central de compras de bens e serviços na área das tecnologias de informação e comunicação para os serviços e organismos do ministério. “Se por um lado somos herdeiros do know-how institucional e pessoal (pela transição integral de todo os recursos TIC da ACSS), somos a reconhecer que sem o contributo dos diferentes profissionais que concebem, gerem e utilizam os sistemas de informação no terreno, teremos soluções teóricas sofisticadas mas inaplicáveis”, refere.
A organização de um primeiro encontro sobre os sistemas de informação no SNS teve como base essa necessidade sentida pelos decisores CIC (Comissão para a Informatização Clínica) e SPMS de contactar diretamente e promover troca de experiências com os diferentes profissionais que lidam todos os dias com as aplicações dos sistemas nas unidades de saúde, sejam elas de cuidados primários ou hospitalares. “Do ponto de vista de infraestruturas (onde gastamos metade do nosso orçamento em redes, licenciamentos, datacenters, manutenção), o nosso objetivo é uma gestão centralizada, partilhando recursos, tendencialmente entregues a operadores de mercado, sendo o nosso (SPMS) papel a gestão da disponibilização e de níveis de serviço. Não faz sentido a proliferação de centros de dados, a contratação individualizada de licenças ou suporte”, explica o presidente da administração da SPMS. Raul Mascarenhas vê nas diferentes aplicações usadas atualmente (SAM/SAPE/SONHO/SINUS) “a espinha dorsal do nosso know-how”, mas sublinha o facto de ser necessária a renovação dos sistemas de forma a evoluir “centrados no doente e não nas instituições”.