Os hospitais e centros de saúde do distrito de Bragança vão usar a telemedicina para tratar doentes e evitar deslocações e afluências desnecessárias às urgências e especialidades, divulgou hoje a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste.
Com o recurso à tecnologia, a entidade responsável por todos os serviços de saúde na região pretende que seja possível, por exemplo, que um doente presente num centro de saúde de qualquer dos 12 concelhos seja observado por uma especialidade médica apenas existente nos hospitais.
A ULS do Nordeste explicou à Lusa que o processo de interligação das diferentes unidades “está em fase de instalação do sistema” tecnológico e a comunicação será feita através de câmaras e computadores. A dispersão geográfica do distrito de Bragança implica custos de deslocações para utentes e também para a ULS do Nordeste, que, no ano de 2016, suportou despesas com transportes entre os centros de saúde e as unidades hospitalares de cerca de 1,5 milhões de euros, segundo dados avançados à Lusa.
A ULS do Nordeste pretende, com recurso à tecnologia, “evitar a deslocação da população entre unidades de saúde, assegurando um serviço de qualidade com maior conforto e comodidade e com menos custos, tanto para os utentes como para a própria instituição”.
Através da ligação por telemedicina, esta entidade espera “evitar a deslocação de alguns doentes enviados diretamente dos centros de saúde para as urgências hospitalares e para os serviços de consulta externa” e “uma diminuição dos custos com transportes na ordem dos 77.500 euros”.
A dispersão geográfica do distrito obriga muitos doentes a percorrerem vários quilómetros para se deslocarem aos serviços de urgência e de consulta externa dos três hospitais da região, nomeadamente os de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela. “Com recurso a esta tecnologia passará a ser possível fazer a avaliação do utente no centro de saúde, evitando em muitas situações a sua deslocação a uma unidade hospitalar”, explica uma nota enviada à Lusa.
Com este projeto “prevê-se ainda uma diminuição do número de reinternamentos, através de uma maior articulação entre os cuidados de saúde hospitalares e os cuidados de saúde primários”. Nesta matéria, a ULS do Nordeste pretende uma maior articulação “ao nível do acompanhamento dos utentes no pós internamento, pelas equipas de enfermagem das Unidades de Cuidados na Comunidade e das Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados”.
O projeto será concretizado em articulação com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e a ULS do Nordeste defende que se “assume de grande relevância para a região” por permitir “aproximar os cuidados de saúde dos utentes que deles necessitam”.
Fonte: Agência Lusa