A SPMS é responsável pelo desenvolvimento e disponibilização da LIVE, plataforma que permitiu o arranque das teleconsultas de Cardiologia no Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV) – Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira, há já um ano. A partir deste mês de outubro, a teleconsulta de Cardiologia passa a funcionar com regularidade neste centro hospitalar.
“Este serviço de teleconsulta acontece porque as unidades envolvidas fazem uso da tecnologia desenvolvida pela SPMS”, sublinha Rafael Franco, coordenador do Laboratório de Inovação na Telessaúde da SPMS. O projeto-piloto arrancou em outubro de 2021 no serviço de Cardiologia do CHEDV e as unidades passaram, através da LIVE, a realizar teleconsultas, permitindo ao médico estar no hospital em Santa Maria da Feira e consultar, em tempo real, os utentes no Centro de Saúde de Arouca.
Projeto bem-sucedido, a teleconsulta de Cardiologia no CHEDV já evitou deslocações de cerca de 200 utentes, o que se traduz numa significativa redução de custos e tempo, uma vez que cada viagem demora entre 40 a 70 minutos, em cada sentido, entre estas unidades de saúde. De acordo com o diretor do Serviço de Cardiologia do CHEDV, Rui Baptista, a teleconsulta tem se revelado de “alto valor acrescentado”, salientando ainda o facto de este serviço também agilizar a realização de alguns exames.
É nesta plataforma da SPMS que o médico comunica com o utente, enquanto acede ao seu processo clínico, analisa resultados e, se necessário, emite prescrições e solicita exames laboratoriais e radiológicos. No CHEDV, os inquéritos de satisfação apresentados aos utentes, no final de cada consulta, comprovam o sucesso e os bons resultados do projeto de teleconsulta.
LIVE disponível em vários hospitais e centros de saúde do país
A teleconsulta de Cardiologia também já se encontra disponível no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) e na Unidade Local de Saúde da Guarda, através da LIVE. Mas esta plataforma permite realizar consultas de outras especialidades médicas e disponíveis em vários centros de saúde e hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
É o caso do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (HFF) que realiza teleconsultas de Nefrologia, ou o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Valongo e o ACES Tâmega Sousa II que facultam aos seus utentes consultas remotas de enfermagem de Toma Observada Direta (TOD) na Tuberculose. Na área hospitalar, as especialidades de Endocrinologia, Psicologia, Medicina Geral e de Medicina Física e Reabilitação (MFR) também estão disponíveis para teleconsulta noutras instituições do país.
Rafael Franco esclarece que “a plataforma LIVE possibilita a interação com imagem e som, entre utente e profissional de saúde, de forma segura e com identificação inequívoca.” Além de disponibilizar a plataforma, “a SPMS também presta apoio às unidades de saúde que pretendam iniciar a atividade de teleconsulta, através do projeto Teleconsulta SNS, que abrange formação de profissionais, testes técnicos, suporte e esclarecimento de dúvidas técnicas”, explica.
Os resultados globais da teleconsulta são positivos, comparativamente a outros anos, “mas com grande margem de crescimento, uma vez que só até setembro de 2022 se realizaram cerca de 2.500 teleconsultas”, destaca o coordenador da SPMS.
As unidades de cuidados de saúde hospitalares e primários têm vindo, gradualmente, a utilizar a teleconsulta, reforçando, assim, a sua capacidade de prestação de cuidados, sobretudo nas consultas de acompanhamento e seguimento dos utentes do SNS.
As vantagens para utentes e profissionais de saúde são evidentes, nomeadamente, a diminuição de deslocações, e consequente redução de tempo e custos, aliadas à comodidade e rapidez do processo, uma prioridade para melhor acompanhar e tratar o doente. A telessaúde é uma aposta do SNS, com benefícios para todos, pelo que a disponibilização da teleconsulta vai continuar.