“É um gosto estar aqui no Alentejo”, salientou Luís Goes Pinheiro, presidente da SPMS, no início da terceira eHealth Sessions. A escolha de Évora para esta iniciativa não foi por acaso. “Estamos em Évora porque, como iremos ver, vamos instalar aqui o segundo polo do centro de dados de saúde e é indissociável o esforço que, muitas vezes, se vê em regiões com menor densidade populacional, no sentido de criar condições para as tornar mais competitivas e o centro de dados em Évora é um bom exemplo disso”, sublinhou.
A sessão de abertura da eHealth Sessions 3, centrada no pilar das Infraestruturas, contou com a intervenção de Maria Filomena Mendes, presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Alentejo, que elogiou a SPMS pelo “desenvolvimento que foi feito de uma forma acelerada, mas com qualidade e segurança, nós não teríamos conseguido responder às necessidades das pessoas durante o período da pandemia, mas também no pós-pandemia”.
Maria Filomena Mendes destacou os Balcões SNS 24 e as ferramentas da telessaúde como “extraordinariamente importantes” para uma maior acessibilidade e proximidade na resposta às pessoas no que respeita à Saúde. “Hoje falamos de infraestruturas, mas não nos podemos esquecer que precisamos de uma visão integrada e essa visão passa obviamente pela SPMS”.
As condições favoráveis e as potencialidades do Alentejo para atrair investimento e projetos tecnológicos, nomeadamente ao nível de infraestruturas, foram elencadas por João Grilo, presidente da Agência do Desenvolvimento Regional do Alentejo (ADRAL), no fecho da sessão de abertura.
O evento continuou com Sandra Cavaca, vogal da SPMS, na apresentação do Plano para Modernização dos postos de trabalho dos profissionais de saúde, que arrancará pelos Cuidados de Saúde Primários. “Aumentar a segurança, melhorar o desempenho das nossas aplicações e, por outro lado, elevar a autoestima dos profissionais”, foram vantagens evidenciadas por Sandra Cavaca no que diz respeito à substituição do parque informático ao serviço dos profissionais do SNS. Nesta primeira fase beneficiará mais de 27 mil profissionais de saúde.
“Um Data Center para a Saúde”
O financiamento de mais de 7,5 milhões para equipar os cuidados de saúde primários e mais de 2,5 milhões para o Data Center beneficiam do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O novo Data Center da Saúde funcionará em redundância com o atual, que se encontra no Porto, e visa garantir a disponibilidade dos sistemas de informação do SNS.
“Um Data Center para a Saúde”, debate moderado pela jornalista Ana Peneda Moreira, contou com Nuno Fonseca, diretor de sistemas de informação da SPMS, Rui Spínola, Chief Information Security Officer (CISO) no INFARMED, e Tito Vieira, vogal da Agência Para a Modernização Administrativa (AMA) para responder às várias questões, sendo a cibersegurança um tema de destaque e denominador comum nas diversas intervenções.
A discussão alargada passou por diferentes visões sobre a centralização de infraestruturas, a resiliência dos sistemas informáticos, a importância da tecnologia, a segurança de dados, a relevância do trabalho conjunto, da partilha de sinergias, entre outras matérias pertinentes relacionadas com as Infraestruturas do setor da Saúde.
Rui Santos Ivo, presidente do Conselho Diretivo do INFARMED, subiu ao palco no encerramento dos trabalhos, dando nota de algumas questões abordadas e reforçando a importância da segurança, da utilização e recurso aos dados, que é central à tomada de decisão, e da interoperabilidade dos sistemas. “Reafirmar que é muito importante este trabalho em conjunto”, referiu, evidenciando a colaboração alinhada entre a SPMS e o INFARMED, “sobretudo porque queremos todos continuar a servir melhor os nossos cidadãos”.
“Hoje, discutimos um pilar que é fundamental no PRR”, referiu Luís Goes Pinheiro na reta final do evento, realçando “a sorte de poder contar com um grupo de profissionais absolutamente extraordinários”.
2022 foi um ano sintomático na transformação digital da Saúde e foram muitas as concretizações e progressos alcançados, como destacou o presidente da SPMS, acrescentando que “o contexto favorável à implementação de novidades no âmbito dos sistemas de informação, ávido dessa mudança e ter essa avidez alimentada com o combustível do PRR torna-nos a todos vinculados à necessidade de mudar nesta área do digital, em especial da Saúde.”
“Da nossa parte continuaremos empenhados para que 2023 seja ainda melhor do que 2022 nesta matéria”, concluiu. O debate continuará no próximo ano com a quarta eHealth Sessions já em janeiro.
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