Apenas um em cada dois países da Europa e da Ásia Central tem políticas para melhorar a literacia em saúde digital. Esta é uma das conclusões do relatório da OMS para a Europa, apresentado no simpósio coorganizado pelo Ministério da Saúde português. A SPMS participou no evento.
“A Região Europeia pode – e deve – ser líder em saúde digital” defendeu o diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, no simpósio “O futuro dos sistemas de saúde na era digital”, que decorreu no Porto e que, ao longo de dois dias, 5 e 6 de setembro, reuniu mais de 500 participantes, incluindo especialistas e decisores de vários países na área da saúde e da tecnologia.
Na ocasião, foi apresentado o relatório “Saúde digital na Região Europeia: a jornada contínua para o compromisso e a transformação”, que apresenta uma visão geral da situação, relata os substanciais progressos realizados e indica os casos em que ainda é necessário melhorar. O relatório mostra que a grande maioria dos países da Região (44) tem uma estratégia nacional de saúde digital e que todos os 53 Estados-Membros têm legislação que salvaguarda a privacidade dos dados pessoais.
Nos últimos anos, a adoção de soluções digitais nos cuidados de saúde aumentou em toda a Região Europeia da OMS, alterando a forma como os doentes recebem cuidados em unidades de cuidados primários, hospitais e em suas casas. No entanto, apenas metade dos países tem políticas para melhorar a literacia em saúde digital, deixando milhões de pessoas para trás.
O relatório destaca áreas a melhorar e três recomendações principais como pré-requisitos para os países fortalecerem os sistemas de saúde através de soluções de saúde digital:
- Fornecer acesso a banda larga confiável e de baixo custo para todas as famílias e comunidades;
- Garantir que os dados de saúde estejam seguros e protegidos para ajudar a construir e manter a confiança nas ferramentas e intervenções de saúde digital;
- Tornar as ferramentas digitais de saúde, incluindo registos eletrónicos de pacientes, interoperáveis dentro e entre países.
O diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, sublinhou que “é uma ironia que as pessoas com habilidades digitais limitadas ou sem habilidades digitais sejam muitas vezes as que mais ganham com ferramentas e intervenções de saúde digital – como pessoas idosas ou comunidades rurais”, defendendo que “abordar este desequilíbrio é necessário para a transformação digital do setor da saúde”.
Pode consultar o relatório: Digital Health in the WHO European Region: the ongoing journey to commitment and transformation.
Participação da SPMS
A SPMS participou no evento, ao longo dos dois dias, quer em debate, quer na exposição dos serviços e produtos mais emblemáticos.
Nuno Costa, vogal executivo, participou no painel sobre transformação das práticas em saúde digital – o papel crítico da governance, investimento e avaliação. O dirigente da SPMS destacou iniciativas e projetos em desenvolvimento, salientando os desafios e os ganhos alcançados através da tecnologia aplicada à saúde, área em que Portugal é considerado um dos países na vanguarda.
Na área de exposições, equipas da SPMS apresentaram serviços emblemáticos e produtos inovadores, quer para profissionais de saúde, quer para utentes. SNS 24, PEM e Exames sem Papel, S3 – sistema de informação hospitalar e Telemonit SNS 24 estiveram em destaque.