Boas Práticas Saúde

CH Entre o Douro e Vouga aposta na Teleconsulta em Anestesiologia | Nuno Morais de Babo

Chegámos a fazer teleconsultas com utentes que se encontravam em Faro e Lisboa e dois deles estavam mesmo sediados em Londres e Luanda (…) A aplicação plena da teleconsulta poderia levar a uma redução de mais de 80 toneladas de CO2 por ano. 

Iniciámos em abril de 2023 a teleconsulta em Anestesiologia no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV), com recurso à ferramenta disponibilizada pela SPMS na plataforma RSE Live, que permite fazer teleconsultas em tempo real com os utentes e entre profissionais de saúde.

Esta atividade insere-se numa política geral do CHEDV e, em particular, do serviço de anestesiologia, com grande enfoque na sustentabilidade ambiental, aliada à eficiência da utilização dos recursos disponíveis, numa perspetiva de melhoria da qualidade dos cuidados de saúde prestados.

De então para cá, foram realizadas 187 teleconsultas, sendo que chegámos a fazer teleconsulta com utentes que se encontravam em Faro e Lisboa e dois deles estavam mesmo sediados em Londres e Luanda. A metodologia funciona graças a um bom trabalho de equipa, que começa na triagem dos utentes elegíveis e passa pela ativação e informação adequada da consulta pelos serviços administrativos e posterior realização da consulta pelos anestesiologistas designados.

Esta metodologia evita que os utentes tenham de se deslocar ao hospital, não necessitando de sair do seu local de trabalho ou do seu lar para obter esse serviço de saúde, garantindo a mesma qualidade assistencial. O impacto da metodologia pode medir-se não só pela diminuição do absentismo laboral, mas também na poupança ecológica, com a diminuição da emissão de gases com efeito de estufa que seriam gerados pelas deslocações até ao hospital.

Só para se ter uma noção do impacto, as consultas efetuadas, mesmo excluindo a de Londres e Luanda, conduziram a uma poupança no consumo de cerca de 480 litros de combustível e na emissão de aproximadamente 998 Kg de CO2. Evitaram-se 8158 km e 136 horas em deslocações até ao hospital. 

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Num centro hospitalar em que se realizam mais de 13 mil avaliações anestésicas, anualmente, estimamos que a aplicação plena da teleconsulta poderá levar a uma redução de mais de 80 toneladas de CO2 por ano, traduzindo-se em grandes poupanças económicas diretas e indiretas e num impacto ambiental tremendamente positivo.

Somos entusiastas da metodologia e acreditamos que trará muitas mais-valias num futuro próximo. Cientes disso, apresentámos os dados obtidos com esta metodologia no 46.º Congresso Mundial dos Hospitais, da Federação Internacional dos Hospitais, que decorreu no passado mês de outubro, em Lisboa, tendo o trabalho recebido o prémio People´s Choice Award.

Acreditamos no que de bom se faz na saúde em Portugal, em matéria de inovação, melhoria da qualidade assistencial e eficiência das instituições, e enaltecemos o esforço da SPMS no sentido da modernidade e proximidade do doente. Fazemos parte do grupo que quer cooperar de forma efetiva nessa dinâmica.

Nuno Morais de Babo, Anestesiologista, Centro Hospitalar Entre o Douro e Vouga, EPE

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