“A maior revolução na prestação de cuidados de saúde realizada e apoiada pelos laboratórios de análises clínicas de proximidade”. Presidente da Associação Portuguesa de Analistas Clínicos reforça a importância do projeto Exames Sem Papel na desmaterialização de MCDT.
A Associação Portuguesa de Analistas Clínicos (APAC), que representa a maioria dos laboratórios de análises clínicas de proximidade, considera que a desmaterialização da partilha de resultados de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT), conseguida através do projeto Exames Sem Papel, desenvolvido pela SPMS, foi “a maior revolução na prestação de cuidados de saúde realizada e apoiada pelos laboratórios de análises clínicas de proximidade”.
Em entrevista à SPMS, o presidente da APAC, Jorge Oliveira, assume que “a integração de resultados laboratoriais no Registo de Saúde Eletrónico confere uma maior liberdade ao utente na escolha do prestador e uma maior comodidade e diminuição dos custos que suporta, uma vez que não necessita de se deslocar ao centro de saúde ou ao hospital para realizar exames analíticos”. Jorge Oliveira reforça ainda que, para os médicos, esta integração permite também “um acesso mais rápido aos resultados”.
Além da comodidade para os utentes e da rapidez na partilha de resultados, o dirigente da APAC realça a importância do projeto na diminuição de deslocações desnecessárias aos hospitais. “Consideramos também que contribui para retirar doentes dos Centros Hospitalares e das respetivas urgências, pois, durante todo o dia, os médicos das Unidades de Saúde Familiar podem prescrever exames e aceder aos resultados, no Registo de Saúde Eletrónico, pouco tempo depois das colheitas”, salienta.
Questionado sobre a evolução da parceria entre o setor convencionado e o SNS, Jorge Oliveira revela que “o SNS e os laboratórios convencionados sempre estiveram lado a lado”.
No entanto, alerta para a necessidade de algumas melhorias, como a criação de um canal de comunicação rápido entre o médico e os especialistas dos laboratórios, para que, no momento da consulta, “o médico possa tirar uma dúvida sobre a interpretação de um teste, ou até solicitar conselhos para a prescrição do melhor teste para um caso clínico específico do utente que está a consultar”.
Sobre a relação da APAC com o Centro de Controlo e Monitorização do SNS (CCMSNS), o dirigente destaca a sua importância para a sustentabilidade do SNS. “Para a APAC e para os seus associados, o CCMSNS veio responder à necessidade de um maior controlo para a gestão da despesa pública com cuidados de saúde, e permitir a deteção de situações anómalas e de potencial fraude, melhorando assim a eficiência do SNS”, refere Jorge Oliveira.
Jorge Oliveira acrescenta, ainda, que “atualmente o Ministério da Saúde sabe, em tempo real e de forma particular no final de cada mês, quem prescreveu, para que utente, que laboratório realizou, quem é o responsável, e quanto custou uma análise, sendo que só são pagas as análises efetivamente realizadas”.
“Com estes dados, é possível estabelecer perfis de utentes e morbilidades, contribuindo com dados concretos para a avaliação de risco da saúde dos portugueses”, conclui o dirigente da associação.