Boas Práticas Saúde

CNIM prepara formação de internos na área das tecnologias da informação

Uma das medidas que pretendemos implementar, com a revisão do regulamento de internato médico, é precisamente o de melhorar a formação em novas tecnologias da informação e decisão. Isto partiu da necessidade sentida no terreno pelos nossos médicos internos.”

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) acolhe, anualmente, mais de 3.000 médicos internos, sob a orientação de 164 diretores e coordenadores de internato, numa estrutura que facilita a transição dos estudantes de medicina para o ambiente profissional e dos jovens médicos para uma autonomização progressiva.

O Conselho Nacional do Internato Médico (CNIM) tem promovido a integração dos novos médicos internos ao longo de mais de 40 anos. Replicámos receções locais e regionais com um cariz humano, organizacional e formativo.  

E ao longo destas décadas temos oferecido uma formação com tal qualidade que a nossa estrutura de internato médico se encontra replicada por este mundo fora.

Os órgãos de Internato Médico, onde o CNIM é o órgão máximo, são os responsáveis pelos planos formativos dos médicos internos. Estes planos, mais do que uma obrigação legal, representam uma tradição enraizada, desde que se criaram os primeiros programas de formação. Hoje, há um esforço contínuo para homogeneizar e aplicar as melhores práticas em todo o sistema de formação médica​​.

Formação é responsabilidade partilhada com unidades de saúde 

A formação dos médicos internos em Portugal é uma responsabilidade partilhada entre o CNIM e as unidades de saúde. O CNIM e as direções / coordenações de internato locais trabalham em conjunto para promover sessões de formação de alta qualidade a nível nacional, sempre que possível.  

No entanto, as idiossincrasias locais exigem, frequentemente, uma abordagem mais personalizada, levando a que as nossas estruturas locais promovam formações que se ajustam melhor às suas necessidades específicas. Este equilíbrio entre as diretrizes nacionais e as realidades locais garante uma formação abrangente e relevante para os médicos internos​​.

A formação anual dos médicos internos em Portugal engloba uma gama diversificada de ações formativas obrigatórias, cobrindo diversas áreas essenciais da medicina. Estas são fundamentais para o desenvolvimento de competências e para a atualização dos conhecimentos, capacitando os médicos internos para responderem mais eficientemente aos desafios da medicina.

Melhoria da formação em TI está para breve 

Um dos desafios mais significativos na integração dos médicos internos está intimamente relacionado com os sistemas de informação (SI). Esta área, crucial na prática médica moderna, requer uma atenção especial durante o processo de formação e adaptação dos novos médicos ao ambiente hospitalar e clínico.  

A familiarização e o domínio destes sistemas são essenciais para uma prática médica eficiente e segura, representando um importante passo na integração profissional dos médicos internos. Recentemente, a Ordem dos Médicos publicou os resultados de um inquérito no qual se salientava a necessidade de uniformizar e interconectar os diversos sistemas de informação utilizados nas instituições de saúde. Esta tarefa requer uma abordagem colaborativa e inovadora.

A nível dos Médicos Internos de Formação Geral, temos oferecido uma formação alargada, cumprindo recomendações da Ordem dos Médicos. Uma das medidas que pretendemos implementar, com a revisão do regulamento do internato médico, é precisamente o de melhorar a formação em novas tecnologias da informação (TI) e decisão. Isto partiu da necessidade sentida no terreno pelos nossos médicos internos. 

Os Médicos Internos de Formação Especializada têm disponíveis múltiplos cursos mais dirigidos e normalmente mais focados na sua área de especialização.

O novo programa de formação de formadores, em parceria com a Ordem dos Médicos, num modelo de blended learning, incluirá formação intermédia e avançada em temas como a comunicação, ética, deontologia, ensino por partes ou a escrita científica. 

Médicos internos como “power-users” do SNS 

A SPMS tem reconhecido a importância dos médicos internos no sistema de saúde, considerando-os “power-users” do SNS. Mais de 30% dos médicos do SNS são médicos internos, que, com a sua energia e proatividade, estão disponíveis para colaborar na melhoria da interoperabilidade e na usabilidade das aplicações de TI.  

O CNIM desempenha um papel importante neste processo, atuando como elo e incentivador de soluções inovadoras e de valor acrescentado identificadas em diferentes instituições.  

Graças a um grupo diversificado e altamente organizado em todas as entidades formadoras do país, o CNIM empenha-se em assegurar que a formação em tecnologias de informação seja eficaz e ajustada às exigências e realidades atuais dos médicos internos.   Esta abordagem procura equilibrar a teoria com as práticas contemporâneas, garantindo que os médicos em formação adquiram as competências necessárias para utilizar as tecnologias de informação de forma eficiente no seu dia a dia profissional. 

João Carlos Ribeiro, Presidente do Conselho Nacional do Internato Médico

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