Decorreu, hoje, nas instalações da SPMS, em Lisboa, uma sessão de apresentação sobre a iniciativa SNS Sem Papel e Inclusão Digital, para dirigentes e profissionais de saúde.
Com sala cheia, Henrique Martins, Presidente do Conselho de Administração da SPMS, deu início à sessão começando por destacar a principal preocupação deste projeto, que passa por promover a inclusão digital tanto dos cidadãos como de profissionais de Saúde.
Atualmente, em Portugal, cerca de 70% da população é utilizadora ativa da internet e de serviços online. A principal premissa é convidar os cidadãos que já são ativos no “mundo digital” a utilizar esse conhecimento na saúde e ensinar os iletrados digitais a utilizar estas funcionalidades.
Segundo Henrique Martins, o Sistema de Saúde está a caminhar cada vez mais rápido para ser totalmente digital, o que gera uma grande apreensão em relação aos 30% da população portuguesa, que são infoexcluídos nesta matéria, uma vez que nenhum cidadão pode ser prejudicado ou não ter acesso ao Sistema por não conseguir utilizar os meios digitais. Desta forma, a pergunta que se coloca é: de que forma as organizações vão ter maior capacidade de absorver inovação?
Quanto a este tema, a resposta foi unânime entre a audiência – é preponderante a participação ativa dos profissionais na passagem de informação aos utentes.
Um dos contributos pioneiros para um SNS mais digital é a Prescrição Eletrónica Médica (PEM), que tem como objetivo final a total desmaterialização da Receita Sem Papel (RSP). Celina Costa Leite, da Direção de Sistemas de Informação (DSI) da SPMS, fez a segunda intervenção da sessão, começando por referir que cerca de 14% das unidades de saúde portuguesas (número representativo da média nacional), têm implementado a Receita Sem Papel.
Há outras medidas a ter em conta para que esta iniciativa tenha uma aplicação plena em todo o território português, medidas essas que estão em desenvolvimento e são denominadas por “Novas terapêuticas”.
Uma das inovações da RSP, que está em projeto-piloto em algumas Unidades de Saúde, é a criação de um canal de comunicação entre os profissionais de saúde e os farmacêuticos, que prevê que, através de uma plataforma especialmente desenvolvida para o efeito, os médicos e farmacêuticos possam falar de forma a esclarecer dúvidas concretas quanto às prescrições e posologias.
Celina Leite destacou também, neste âmbito, a importância da atuação ativa dos farmacêuticos no processo de sensibilização dos utentes para esta funcionalidade. Exames Sem Papel, outro projeto que avança no sistema de Saúde, foi apresentado, num terceiro momento, por Cristina Santos, da DSI da SPMS. Este projeto, tal como a RSP, pretende desmaterializar as prescrições e os resultados, sendo que, em primeira instância, tem vigência ao nível dos Cuidados de Saúde Primários e Convencionados.
Os Exames Sem Papel vão assentar em três grandes etapas – o consentimento informado do utente, a disponibilização dos resultados, em formato PDF, no Portal do Profissional e a disponibilização dos resultados na Área do Cidadão. O projeto-piloto, com a emissão da primeira prescrição sem papel, vai ter início já no próximo mês de julho. As unidades de Saúde que mais se destacam e impulsionam a transformação digital integram a ARS Centro, nomeadamente de Ovar, através da iniciativa SOSP – Saúde em Ovar Sem Papel – fazendo desta região pioneira e com os melhores resultados de desmaterialização de processos na saúde.
Luís Ferreira, Presidente do Hospital de Ovar, e Pedro Almeida, do Aces Baixo Vouga, apresentaram o projeto.
O tema da inclusão digital e a desmaterialização de processos, que visa a eliminação do papel até 2020 nas instituições hospitalares, constituem uma prioridade da SPMS e são objetivos estratégicos para melhorar o acesso ao Serviço Nacional de Saúde.