A SPMS disponibilizou, através do SClínico Hospitalar, a ferramenta digital de avaliação de risco nutricional, na passada semana, a nível nacional.
A identificação do risco nutricional teve início em abril com duas experiências-piloto, na Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) e no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC), cumprindo-se agora o alargamento anunciado à data.
Na ULSAM, foram avaliados 461 utentes e no CHULC, só nos primeiros 15 dias do projeto-piloto, foram avaliados 154 utentes. Após esta fase, cerca de 40% a 54% dos utentes tiveram acesso a intervenção nutricional e foram monitorizados, no mínimo, de sete em sete dias.
Este piloto vem confirmar as estimativas já conhecidas, que apontam para uma prevalência de 20% a 50% de utentes internados em risco nutricional. Os dados reforçam a importância desta medida do Ministério da Saúde para identificar e intervir o mais precocemente possível, de forma a promover o suporte nutricional adequado à recuperação.
Com potencial para envolver cerca de 800 mil utentes por ano, esta medida constitui um passo essencial na implementação de uma estratégia de combate à desnutrição hospitalar, promovendo a recuperação dos utentes e o aumento da qualidade de vida, tal como determina o despacho nº 6634/2018.
Para apoiar a concretização da avaliação sistemática do risco nutricional existem dois documentos: o Manual de utilizador relativo a esta funcionalidade, disponibilizado pela SPMS e dirigido aos profissionais de saúde, que descreve as novas funcionalidades e o Manual técnico de apoio à implementação desta avaliação, desenvolvido pela Direção-Geral da Saúde. Ambos foram partilhados com as unidades hospitalares.
Este desenvolvimento tem sido trabalhado pelo Ministério da Saúde, através da Secretaria de Estado da Saúde, em articulação com a Direção-Geral da Saúde (do Programa Nacional para Alimentação Saudável) e a SPMS, bem como com a Ordem dos Nutricionistas.
Através desta intervenção, são esperados ganhos em termos de qualidade de vida e na recuperação do estado de saúde, podendo ainda contribuir-se para reduzir úlceras de pressão e reduzir custos, uma vez que a desnutrição está associada a internamentos mais longos, afetando sobretudo cidadãos mais idosos.
A SPMS contribui, assim, de forma instrumental para a implementação desta medida, estando ainda a trabalhar no cálculo e disponibilização dos indicadores de acompanhamento desta iniciativa.